“The big 8”: Alergia alimentar – Parte 1

Abrimos este artigo com um tema bastante discutido atualmente: A alergia alimentar. Acompanhe nossa série de duas partes para este importante assunto.

A alergia alimentar é uma resposta imunológica desencadeada por uma substância estranha, denominada de alérgeno, que pode afetar tanto crianças quanto adultos. Segundo a FDA, estima-se que 2% dos adultos e 5% das crianças nos EUA sofram de alergia alimentar. A mesma pesquisa ainda aponta que, a cada ano, cerca de 30 mil indivíduos americanos necessitam de tratamento em salas de emergência e 150 pessoas morrem por causa de reações alérgicas a alimentos.

No Brasil, as pessoas com reações alérgicas a alimentos são estimadas em cerca de 6% no grupo de crianças com menos de 3 anos de idade, e 3% no grupo de adultos, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – ASBAI. Na maior parte dos casos a única providência possível é evitar o consumo dos alimentos que causam alergia.

ALERGIA x INTOLERÂNCIA ALIMENTAR

Apesar de que alergia e intolerância alimentar apresentam reações geradas após ingestão de certos alimentos, há uma grande diferença estabelecida pela forma como o corpo reage. Quem tem intolerância a algum tipo de produto alimentar, como por exemplo, intolerância à lactose, apresenta uma reação adversa sem envolver o sistema imunológico. Já as reações alérgicas, envolvem mecanismos imunológicos para combater o produto alérgeno ingerido, o qual geralmente está ligado à parte proteica do alimento.

A ocorrência de alergia alimentar, apesar de parecer frequente, é superestimada, pois muitas manifestações clínicas que ocorrem após a ingestão de um alimento podem ser equivocadamente rotuladas como alergia. Isso eventualmente gera medidas inadequadas e riscos nutricionais importantes. Durante uma pesquisa dos Estados Unidos com 480 recém-nascidos que apresentavam predisposição genética a alergias, foram relatadas 28% de reações adversas após a ingestão de leite, porém somente 8% foram confirmadas como alergia.

“THE BIG 8”

Para determinar a lista de ingredientes a serem declarados nos rótulos, o Codex Alimentarius se embasou em estudos clínicos com grupos de pacientes pediátricos, os quais confirmam que 90% das alergias alimentares são ocasionadas pelos seguintes grupos de alimentos: leite, ovo, peixes, crustáceos, amendoim, nozes, soja e trigo, chamados de “Big 8”.

Codex Alimentarius serve de base para outros países, os quais podem alterar a lista de alergênicos de acordo com considerações locais, como no caso do Canadá, que adicionou ao “Big 8” sementes de gergelim e mostarda, ingredientes muito utilizados na região.

Quanto à Legislação Brasileira, a lista de ingredientes alergênicos apresenta 17 itens. A Anvisa primeiramente seguiu o “Big 8”, mas outros ingredientes foram adicionados após uma consulta pública sobre o tema. A lista brasileira completa acrescentou, além do “big 8”: amêndoa, avelã, macadâmia, nozes, pecã, pistaches, pinoli, castanhas, assim como látex natural.

EXPANSÃO À VISTA

A associação dos dois fatores – demanda do consumidor alérgico ou intolerante e força da legislação – lançou o desafio e o estímulo necessário para que a indústria de alimentos e bebidas aumentasse a oferta de produtos livres de alergênicos.

Como esses produtos necessitam, muitas vezes, de linhas de produção isoladas, o próprio desafio está ligado à excelentes oportunidades de expansão industrial através da construção de novas fábricas, terceirização de linhas e criação de empresas especializadas em servir este segmento.  DE OLHO neste cenário vibrante, é possível enxergar o quanto o setor de alimentos pode ser impulsionado pelas novas demandas alimentares.

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Sem sal nem açúcar

Após o sal, agora o açúcar: A diminuição do açúcar utilizado pelas indústrias alimentícias gerou uma conturbada discussão no mundo todo, dando espaço a mercados alternativos. Veja a situação por nossos olhos: Estamos presenciando cada vez mais o poder do consumidor frente ao mercado. Em julho de 2017, a multinacional PepsiCo anunciou que, até 2025, pelo menos dois terços de suas bebidas terão no máximo 100 calorias de açúcar adicionado. Esta decisão veio logo depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) chamou a atenção dos países para criarem um imposto sobre bebidas açucaradas, para ajudar a combater o problema da obesidade. De fato, parece que países estão se movimentando frente a isso; Portugal anunciou que adotará esta taxa a partir de 2018, seguindo o exemplo de países que já a adotaram, como França, México, Hungria, Finlândia e Noruega. Reino Unido e África do Sul também acompanham esta tendência a partir de 2017. Com esta inevitável mudança, presenciamos o surgimento de inúmeras linhas de produtos que seguem as exigências do consumidor. A agência de pesquisa e análise de mercado Markets and Markets prevê que o mercado de substituintes do açúcar atingirá US$ 16,53 bilhões até 2020, com crescimento anual de 5,5%. Fornecedores estão de olho nesta mudança e buscando alternativas. Devido ao apelo negativo dos açúcares mais utilizados, a procura por outras fontes percebidas como saudáveis está em alta.  DOCE SABOR DO AMANHÃ O açúcar de coco está entre as alternativas saudáveis ao açúcar de mesa, inclusive pelas quantidades significativas de minerais e vitaminas. Vale considerar que há presença de frutose no açúcar de coco, considerado “açúcar inimigo” por ser parcialmente responsável pela síndrome metabólica de “resistência a insulina”. Para aplicações industriais, outros adoçantes em alta são os xaropes de agave e arroz, caracterizados pelo sabor diferenciado e fácil solubilidade em água. O xarope de agave possui baixo índice glicêmico, além de ser mais doce que o açúcar comum. Contudo, ele é composto principalmente por frutose, razão pela qual o xarope de arroz surgiu como alternativa. Apesar do dulçor menor que da sacarose, o xarope de arroz é isento de frutose e possui alta proporção de açúcares de cadeia longa, que retardam o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Não podemos esquecer os edulcorantes naturais, como a stevia e o xilitol, cada vez mais procurados pelas indústrias. Ambos os produtos são agentes anticárie e vantajosos para uso diabético, sendo que a stevia não possui valor calórico e poder de dulçor até 300 vezes maior que a sacarose. O xilitol, diferente da stevia, possui sabor neutro, portanto consegue ser utilizado em um vasto leque de aplicações. O seu poder de dulçor é similar ao da sacarose; o que facilita a substituição em produtos sem fazer necessária adaptação na formulação.  E O BRASIL? Para falar a verdade, o uso excessivo de qualquer adoçante, seja comum ou alternativo, pode ser nocivo. A Euromonitor mostra o Brasil como o 9º maior consumidor de açúcar no mundo, com 126,3 g por dia, valor cinco vezes maior que o recomendado pela OMS. Contudo, já há movimentos em nosso país contra isto, evidenciado pelo elevado crescimento de ingredientes alternativos, especialmente à sacarose e glicose. Entretanto, os substituintes ainda são vistos como produtos de nicho, seja para apelos de saudabilidade ou para a própria redução na tabela nutricional. Os fornecedores de ingredientes estão batalhando para contornar o último empecilho que as indústrias enfrentam: o custo. Por outro lado, os consumidores estão cada vez mais atrás do valor, não do preço do produto.

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Proteínas para todos

Ingredientes proteicos alternativos chegaram para reivindicar o seu espaço. Desde fontes já conhecidas, como a ervilha, até antes inimagináveis, como insetos, vamos compartilhar nossa visão deste mercado em transição: As proteínas estão no topo da lista de ingredientes mais procurados pelos consumidores há anos, e o crescimento é contínuo. A grande demanda está relacionada com a maior consciência sobre a saúde e longevidade, por isto produtos com apelos proteicos conquistam a preferência do consumidor. Tradicionais shakes proteicos disputam lugar com biscoitos, chocolates, comidas prontas e uma infinidade de outros alimentos, com muito espaço para mais lançamentos. NOVAS FONTES PROTEICAS X VIABILIDADE Também impressiona a busca do consumidor por novas fontes proteicas. Fontes comuns, como soja, leite e carne, têm perdido espaço para proteínas vegetais com baixo poder alergênico. Dentre estas, as alternativas de ingredientes mais utilizados no Brasil são as proteínas de arroz e ervilha que demonstram maior viabilidade de aplicação industrial, bem como uma demanda de consumo elevada. O potencial de desenvolvimento de produtos contendo estas proteínas vegetais ainda é grande, especialmente no segmento de bebidas.  No Brasil surgirão com certa força outras proteínas de legumes e cereais para competir com a ervilha e o arroz, conquistando um mercado crescente que faz frente as proteínas de fonte animal. Enquanto algumas conseguirão se consolidar, muitas não terão viabilidade de aplicação industrial e ficarão restritas a nichos. Mesmo que produções de proteínas vegetais estejam crescendo ao redor do mundo, iniciativas de fontes como cânhamo, canola, tremoço, shiitake e grão de bico terão alcance comercial e validação nutricional limitados. E O OSCAR VAI PARA... Existem outras fontes um tanto curiosas e talvez excêntricas demais para o mercado brasileiro. Proteínas de insetos ganham adeptos e atenção publicitária na Europa e nos EUA. Barras proteicas com farinha de grilo já existem no mercado, como a americana EXO e a inglesa Yumpa. A Bélgica e Holanda são mercados bem constituídos para estes produtos, onde as vendas acontecem principalmente pela internet. Mas o Oscar da excentricidade em termos de proteína alternativa vai para...Proteína de Larva de Abelha. Segundo o estudo do Journal of Apicultural Research, seu valor nutricional é comparado à proteína da carne. Considerada uma iguaria, aparentemente sem qualquer previsão de aparecer por aqui como ingrediente, tampouco em algum produto alimentício industrializado. O desenvolvimento destas proteínas como ingrediente alimentício fica essencialmente comprometido pelo preço, volume e estabilidade da oferta de matéria prima. A situação regulatória é polêmica e confusa, e não há evidências de que se resolverá no curto prazo. Insetos podem ser comercializados no Reino Unido desde que não estejam despedaçados, enquanto na França há opiniões contrárias das autoridades locais. Desafios como a segurança alimentar e barreiras culturais precisam ser superados. Há um longo caminho pela frente. FIQUEM DE OLHO... O mercado das chamadas proteínas alternativas não pode ser subestimado. Muito movimentos alternativos na alimentação pouco a pouco se tornam dominantes e não temos dúvidas que o mesmo está ocorrendo na direção de fontes proteicas. Com grande destaque para as fontes vegetais com maior disponibilidade e comprovado perfil nutricional, as proteínas alternativas crescerão no Brasil. No entanto, outras alternativas incomuns encontram-se em uma realidade ainda distante da indústria e da cultura brasileira.

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Panorama de panificação, biscoitos e bolos

Há algumas mudanças regulatórias propostas pela Anvisa, que serão as principais responsáveis pelas novas tendências no mercado nos próximos anos. A redução de 32% e 62% de açúcar em bolos e biscoitos, respectivamente, levará a maioria das empresas a retrabalharem formulações atuais para se adequar ao novo nível. Outra mudança que será implementada é referente a rotulagem de alimentos, abrangendo alterações na apresentação da tabela nutricional, alegações e rotulagem nutricional frontal, com intuito de alertar sobre os níveis de açúcares e gorduras presentes no produto. Segundo a Anvisa, as mudanças vão tornar a comunicação com o consumidor mais transparente. Algumas empresas já estão se adiantando para se adequar às propostas, o que gerou um aumento de lançamentos de produtos saudáveis, com teores reduzidos de açúcar, carboidratos, sal, gorduras. A tendência é que esses apelos estejam cada vez mais presentes em novos lançamentos. “A Gramkow entrou no mercado apostando em ingredientes funcionais, isentos de alergênicos como soja e glúten, que visam melhorar apelos nutricionais e solucionar dificuldades tecnológicas”, diz Gabriel Weinsberger, coordenador de aplicações técnicas da Grankow. Voltada às tendências mundiais e locais do mercado, a indústria traz soluções exclusivas para os clientes, aplicáveis não só em produtos funcionais, mas também na reformulação de produtos convencionais. “Devido ao nosso pioneirismo no mercado clean label, essas soluções costumam ser enquadradas também como inovações no Brasil”, continua o executivo. A companhia trabalha com uma linha de ingredientes focada exclusivamente no fornecimento de soluções clean label para diversos mercados, entre eles o segmento de pães, bolos e biscoitos. São ingredientes focados na funcionalidade: fibras vegetais, para melhorar estrutura e rendimento; proteínas vegetais, para uso como emulsificante natural e enriquecimento proteico; farinhas proteicas, sem glúten, fornecendo estrutura, umidade e liga, além de enriquecimento nutricional; amido clean label, com propriedades de emulsão e espessamento, sendo fonte de proteínas e fibras; xaropes vegetais orgânicos e clean label, para melhorar processos fermentativos, aumentar maciez e dulçor. “Também trabalhamos com xaropes indicados para substituição de açúcar e com baixo teor de carboidratos, para projetos diet e lowcarb. Outro produto com crescente demanda é um conservante natural para aumento de shelf-life, possibilitando a substituição de conservantes químicos”, segue Weinsberger. A companhia investe na inovação, sempre focada na viabilidade tecnológica e econômica e conta com uma equipe técnica para ajudar as empresas na aplicação das soluções. “O consumidor está cada vez mais atento à qualidade dos produtos ofertados, através da lista de ingredientes e perfil nutricional dos produtos. Esse hábito levou as indústrias a buscarem produtos alternativos, seja pela substituição de produtos convencionais por mais nutritivos, pela adição de ingredientes para apelos nutricionais complementares como fibras e proteínas, ou pela inclusão de ingredientes com apelos mais saudáveis", completa o executivo.

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The new baked goods

A Gramkow traz ao Brasil soluções proteicas obtidas a partir de processamento seco e sustentável, sem utilização de água e solventes, com completo aproveitamento de resíduos. O seu processo único reduz a presença de off-flavors e confere maior funcionalidade aos ingredientes, trazendo novas oportunidades para diversas áreas da indústria alimentícia. Uma diversidade de inovações esperam para serem exploradas através da nossa nova linha de produtos, permitindo criar um produto agradável sensorialmente, com rótulo mais limpo e alto valor nutricional.Os amidos, farinhas e granulados proteicos agem em sinergia, promovendo suas funcionalidades para  entregar uma solução completa. Em conjunto, apresentam melhora na emulsão de massas e são indicados para diversos projetos com dificuldades estruturais, como em produtos sem glúten. Também é possível desenvolver pães e massas de pizza elevando o teor proteico e sem off-flavors.Em recheios semissólidos, o desempenho do nosso amido clean label foi similar a amidos convencionais, com vantagem nutricional, livre de alergênicos e sem modificações químicas. Sua alta capacidade de absorção de água em até 7 vezes o seu peso e sua propriedade de gelificação a frio proporcionam boa estrutura e homogeneidade ao produto final.Para complementar esta linha, o conservante natural para panificação da Gramkow substitui propionatos e diacetatos em formulações clean label.Para saber mais, entre em contato com nossos especialistas.

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Bebidas funcionais

A indústria de alimentos e bebidas está vivenciando uma grande abertura para novos segmentos, já que o ritmo de mudanças no estilo de vida da população é acelerado. Aumenta a procura por produtos que entreguem mais com o menor nível de complexidade no preparo. Neste ponto, as bebidas funcionais vêm aumentando sua popularidade pois conseguem facilitar o acesso aos mais variados tipos de dietas, com muita conveniência para o consumidor. Este mercado em expansão varia desde bebidas esportivas energéticas a chás calmantes e terapêuticos. Em 2016, 30% das bebidas lançadas no mundo foram denominadas como funcionais. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 19% no mercado global, destacando categorias como bebidas vitaminadas, bebidas proteicas, energéticas, probióticas e antioxidantes. Números que mostram porque vale a pena investir neste mercado. SEGMENTAÇÃO É O FATOR CHAVE A melhor forma de comunicação entre a indústria e o consumidor de bebidas funcionais é a segmentação, pois além de fornecer nutrientes, podem ser destinadas àqueles com condições específicas de saúde. O consumidor precisa reconhecer rapidamente, no contato com o rótulo, qual produto se adequa melhor às suas necessidades, garantindo a melhor experiência no ato da compra. São muitas variações possíveis de segmentação, como por exemplo, bebidas com redução de açúcar, com adição de vitaminas, com antioxidantes, ou produtos para suprir necessidades diárias de nutrientes essenciais para o desenvolvimento mental das crianças. Outras bebidas surgem para atender uma grande parcela da população que apresenta alergias e intolerâncias. Especialmente no desenvolvimento de bebidas funcionais, sabores residuais dos ingredientes podem ser mais evidentes. Ainda assim, o que pode parecer dificuldade também abre oportunidades para rápidos avanços tecnológicos e para melhorias no desenvolvimento, permitindo ampliar a seleção de ingredientes. AMPLO ESPAÇO PARA INOVAÇÃO Este mercado tende a crescer não só pelas diversas possibilidades de novas categorias, mas pela constante busca deste novo consumidor, que está muito mais alerta e rigoroso a respeito das suas escolhas. A estimativa de crescimento do segmento de bebidas funcionais com apelo de saudabilidade é em torno de 15% para 2018, com potencial de alcançar R$ 8,8 bilhões em 2022. Fique DE OLHO nas novas tecnologias alinhadas com ingredientes inovadores que possibilitam a produção em larga escala de bebidas funcionais, ao mesmo tempo em que o rótulo se mantém “limpo e claro” para os exigentes consumidores.

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