A grande perda

O Brasil encontra-se entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Iremos apresentar como a indústria e os consumidores podem andar de mãos dadas para enfrentar o problema.

Em época natalina, a fome aparenta aumentar. No Natal de 2014, apenas no Reino Unido, foram jogadas cerca de 4,2 milhões de refeições no lixo, de acordo com a Unilever. Mas o problema vai além das festividades: segundo a FAO, o Brasil descarta 41 mil toneladas de alimentos diariamente, suficiente para alimentar 25 milhões de pessoas, o equivalente a toda população de Angola. É evidente que há uma preocupação em reduzir o desperdício de alimentos no mundo, levando ao surgimento de iniciativas para reverter esta situação.

REAÇÃO DAS NAÇÕES

Alguns governos e organizações estão tomando a frente no combate ao desperdício. Na França foi aprovada uma lei em 2015 que proíbe grandes supermercados de jogarem comida fora, incentivando a doação para caridades; o governo italiano se comprometeu a reduzir anualmente um milhão de toneladas de lixo até 2022. No Brasil também já apareceram mudanças, com a criação da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos em 2016, que aprimora os processos de captação e distribuição de alimentos doados.

Em outros países, startups estão lançando aplicativos inovadores para o celular. Na Irlanda, o aplicativo FoodCloud faz a conexão direta entre ONGs e supermercados ou fabricantes, facilitando a comunicação e redistribuição de alimentos. Já o aplicativo dinamarquês YourLocal informa o usuário sobre ofertas last minute de produtos prestes a sair da validade. Embora modernizações sejam necessárias, elas não terão efeito se as indústrias e consumidores não mudarem suas concepções e participarem ativamente desta mudança.

MENOS LIXO, MAIS LUCRO

O tratamento de resíduos sólidos orgânicos já é uma prática comum nas indústrias, porém está mais associado ao descarte do que ao reaproveitamento dos restos de alimentos. Estes restos podem gerar lucros, como no caso da casca de coco, transformada em fibra utilizada em assentos de carros, e do bagaço de laranja, utilizada como biomassa. Talos, folhas e cascas geralmente contém quantidades notáveis de sais minerais e vitaminas, podendo levar à criação de subprodutos. Com a inclusão de políticas de sustentabilidade, as empresas tornam-se mais atrativas aos olhos do consumidor, o que acaba aumentando seu valor de mercado.

Há ainda outras formas de combater o problema. Redefinir o tamanho de embalagens, por exemplo, pode ativamente reduzir o desperdício de alimentos. No Japão, alimentos costumam ser embalados em porções menores, levando o consumidor a comprar apenas o que realmente irá consumir. Isto pode ser facilmente visualizado comparando-se o tamanho das porções em redes de fast food, onde um refrigerante pequeno nos Estados Unidos equivale a um médio no Japão e um hambúrguer americano chega a pesar quase o dobro de um japonês.

ADAPTAÇÃO NECESSÁRIA

Ao mesmo tempo que adota ações para promover a diminuição do desperdício e o aumento do consumo consciente, a indústria também precisa melhorar a efetividade da comunicação com seu público consumidor. Afinal, é ele que dita as tendências de consumo e assume um importante papel na geração de maior valor às marcas que realizarem estas adaptações. As empresas precisam atingir a população na raiz da questão, através das embalagens, do desenvolvimento da sustentabilidade e da internet. A FAO, por exemplo, envia mensalmente aos seus assinantes o boletim de notícias “Save Food” com informações unicamente sobre o desperdício de alimento e medidas adotadas no mundo para combatê-lo. Quanto maior a conscientização acerca do problema, melhores as chances de revertemos a situação.

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Sem sal nem açúcar

Após o sal, agora o açúcar: A diminuição do açúcar utilizado pelas indústrias alimentícias gerou uma conturbada discussão no mundo todo, dando espaço a mercados alternativos. Veja a situação por nossos olhos: Estamos presenciando cada vez mais o poder do consumidor frente ao mercado. Em julho de 2017, a multinacional PepsiCo anunciou que, até 2025, pelo menos dois terços de suas bebidas terão no máximo 100 calorias de açúcar adicionado. Esta decisão veio logo depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) chamou a atenção dos países para criarem um imposto sobre bebidas açucaradas, para ajudar a combater o problema da obesidade. De fato, parece que países estão se movimentando frente a isso; Portugal anunciou que adotará esta taxa a partir de 2018, seguindo o exemplo de países que já a adotaram, como França, México, Hungria, Finlândia e Noruega. Reino Unido e África do Sul também acompanham esta tendência a partir de 2017. Com esta inevitável mudança, presenciamos o surgimento de inúmeras linhas de produtos que seguem as exigências do consumidor. A agência de pesquisa e análise de mercado Markets and Markets prevê que o mercado de substituintes do açúcar atingirá US$ 16,53 bilhões até 2020, com crescimento anual de 5,5%. Fornecedores estão de olho nesta mudança e buscando alternativas. Devido ao apelo negativo dos açúcares mais utilizados, a procura por outras fontes percebidas como saudáveis está em alta.  DOCE SABOR DO AMANHÃ O açúcar de coco está entre as alternativas saudáveis ao açúcar de mesa, inclusive pelas quantidades significativas de minerais e vitaminas. Vale considerar que há presença de frutose no açúcar de coco, considerado “açúcar inimigo” por ser parcialmente responsável pela síndrome metabólica de “resistência a insulina”. Para aplicações industriais, outros adoçantes em alta são os xaropes de agave e arroz, caracterizados pelo sabor diferenciado e fácil solubilidade em água. O xarope de agave possui baixo índice glicêmico, além de ser mais doce que o açúcar comum. Contudo, ele é composto principalmente por frutose, razão pela qual o xarope de arroz surgiu como alternativa. Apesar do dulçor menor que da sacarose, o xarope de arroz é isento de frutose e possui alta proporção de açúcares de cadeia longa, que retardam o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Não podemos esquecer os edulcorantes naturais, como a stevia e o xilitol, cada vez mais procurados pelas indústrias. Ambos os produtos são agentes anticárie e vantajosos para uso diabético, sendo que a stevia não possui valor calórico e poder de dulçor até 300 vezes maior que a sacarose. O xilitol, diferente da stevia, possui sabor neutro, portanto consegue ser utilizado em um vasto leque de aplicações. O seu poder de dulçor é similar ao da sacarose; o que facilita a substituição em produtos sem fazer necessária adaptação na formulação.  E O BRASIL? Para falar a verdade, o uso excessivo de qualquer adoçante, seja comum ou alternativo, pode ser nocivo. A Euromonitor mostra o Brasil como o 9º maior consumidor de açúcar no mundo, com 126,3 g por dia, valor cinco vezes maior que o recomendado pela OMS. Contudo, já há movimentos em nosso país contra isto, evidenciado pelo elevado crescimento de ingredientes alternativos, especialmente à sacarose e glicose. Entretanto, os substituintes ainda são vistos como produtos de nicho, seja para apelos de saudabilidade ou para a própria redução na tabela nutricional. Os fornecedores de ingredientes estão batalhando para contornar o último empecilho que as indústrias enfrentam: o custo. Por outro lado, os consumidores estão cada vez mais atrás do valor, não do preço do produto.

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Proteínas para todos

Ingredientes proteicos alternativos chegaram para reivindicar o seu espaço. Desde fontes já conhecidas, como a ervilha, até antes inimagináveis, como insetos, vamos compartilhar nossa visão deste mercado em transição: As proteínas estão no topo da lista de ingredientes mais procurados pelos consumidores há anos, e o crescimento é contínuo. A grande demanda está relacionada com a maior consciência sobre a saúde e longevidade, por isto produtos com apelos proteicos conquistam a preferência do consumidor. Tradicionais shakes proteicos disputam lugar com biscoitos, chocolates, comidas prontas e uma infinidade de outros alimentos, com muito espaço para mais lançamentos. NOVAS FONTES PROTEICAS X VIABILIDADE Também impressiona a busca do consumidor por novas fontes proteicas. Fontes comuns, como soja, leite e carne, têm perdido espaço para proteínas vegetais com baixo poder alergênico. Dentre estas, as alternativas de ingredientes mais utilizados no Brasil são as proteínas de arroz e ervilha que demonstram maior viabilidade de aplicação industrial, bem como uma demanda de consumo elevada. O potencial de desenvolvimento de produtos contendo estas proteínas vegetais ainda é grande, especialmente no segmento de bebidas.  No Brasil surgirão com certa força outras proteínas de legumes e cereais para competir com a ervilha e o arroz, conquistando um mercado crescente que faz frente as proteínas de fonte animal. Enquanto algumas conseguirão se consolidar, muitas não terão viabilidade de aplicação industrial e ficarão restritas a nichos. Mesmo que produções de proteínas vegetais estejam crescendo ao redor do mundo, iniciativas de fontes como cânhamo, canola, tremoço, shiitake e grão de bico terão alcance comercial e validação nutricional limitados. E O OSCAR VAI PARA... Existem outras fontes um tanto curiosas e talvez excêntricas demais para o mercado brasileiro. Proteínas de insetos ganham adeptos e atenção publicitária na Europa e nos EUA. Barras proteicas com farinha de grilo já existem no mercado, como a americana EXO e a inglesa Yumpa. A Bélgica e Holanda são mercados bem constituídos para estes produtos, onde as vendas acontecem principalmente pela internet. Mas o Oscar da excentricidade em termos de proteína alternativa vai para...Proteína de Larva de Abelha. Segundo o estudo do Journal of Apicultural Research, seu valor nutricional é comparado à proteína da carne. Considerada uma iguaria, aparentemente sem qualquer previsão de aparecer por aqui como ingrediente, tampouco em algum produto alimentício industrializado. O desenvolvimento destas proteínas como ingrediente alimentício fica essencialmente comprometido pelo preço, volume e estabilidade da oferta de matéria prima. A situação regulatória é polêmica e confusa, e não há evidências de que se resolverá no curto prazo. Insetos podem ser comercializados no Reino Unido desde que não estejam despedaçados, enquanto na França há opiniões contrárias das autoridades locais. Desafios como a segurança alimentar e barreiras culturais precisam ser superados. Há um longo caminho pela frente. FIQUEM DE OLHO... O mercado das chamadas proteínas alternativas não pode ser subestimado. Muito movimentos alternativos na alimentação pouco a pouco se tornam dominantes e não temos dúvidas que o mesmo está ocorrendo na direção de fontes proteicas. Com grande destaque para as fontes vegetais com maior disponibilidade e comprovado perfil nutricional, as proteínas alternativas crescerão no Brasil. No entanto, outras alternativas incomuns encontram-se em uma realidade ainda distante da indústria e da cultura brasileira.

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Panorama de panificação, biscoitos e bolos

Há algumas mudanças regulatórias propostas pela Anvisa, que serão as principais responsáveis pelas novas tendências no mercado nos próximos anos. A redução de 32% e 62% de açúcar em bolos e biscoitos, respectivamente, levará a maioria das empresas a retrabalharem formulações atuais para se adequar ao novo nível. Outra mudança que será implementada é referente a rotulagem de alimentos, abrangendo alterações na apresentação da tabela nutricional, alegações e rotulagem nutricional frontal, com intuito de alertar sobre os níveis de açúcares e gorduras presentes no produto. Segundo a Anvisa, as mudanças vão tornar a comunicação com o consumidor mais transparente. Algumas empresas já estão se adiantando para se adequar às propostas, o que gerou um aumento de lançamentos de produtos saudáveis, com teores reduzidos de açúcar, carboidratos, sal, gorduras. A tendência é que esses apelos estejam cada vez mais presentes em novos lançamentos. “A Gramkow entrou no mercado apostando em ingredientes funcionais, isentos de alergênicos como soja e glúten, que visam melhorar apelos nutricionais e solucionar dificuldades tecnológicas”, diz Gabriel Weinsberger, coordenador de aplicações técnicas da Grankow. Voltada às tendências mundiais e locais do mercado, a indústria traz soluções exclusivas para os clientes, aplicáveis não só em produtos funcionais, mas também na reformulação de produtos convencionais. “Devido ao nosso pioneirismo no mercado clean label, essas soluções costumam ser enquadradas também como inovações no Brasil”, continua o executivo. A companhia trabalha com uma linha de ingredientes focada exclusivamente no fornecimento de soluções clean label para diversos mercados, entre eles o segmento de pães, bolos e biscoitos. São ingredientes focados na funcionalidade: fibras vegetais, para melhorar estrutura e rendimento; proteínas vegetais, para uso como emulsificante natural e enriquecimento proteico; farinhas proteicas, sem glúten, fornecendo estrutura, umidade e liga, além de enriquecimento nutricional; amido clean label, com propriedades de emulsão e espessamento, sendo fonte de proteínas e fibras; xaropes vegetais orgânicos e clean label, para melhorar processos fermentativos, aumentar maciez e dulçor. “Também trabalhamos com xaropes indicados para substituição de açúcar e com baixo teor de carboidratos, para projetos diet e lowcarb. Outro produto com crescente demanda é um conservante natural para aumento de shelf-life, possibilitando a substituição de conservantes químicos”, segue Weinsberger. A companhia investe na inovação, sempre focada na viabilidade tecnológica e econômica e conta com uma equipe técnica para ajudar as empresas na aplicação das soluções. “O consumidor está cada vez mais atento à qualidade dos produtos ofertados, através da lista de ingredientes e perfil nutricional dos produtos. Esse hábito levou as indústrias a buscarem produtos alternativos, seja pela substituição de produtos convencionais por mais nutritivos, pela adição de ingredientes para apelos nutricionais complementares como fibras e proteínas, ou pela inclusão de ingredientes com apelos mais saudáveis", completa o executivo.

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The new baked goods

A Gramkow traz ao Brasil soluções proteicas obtidas a partir de processamento seco e sustentável, sem utilização de água e solventes, com completo aproveitamento de resíduos. O seu processo único reduz a presença de off-flavors e confere maior funcionalidade aos ingredientes, trazendo novas oportunidades para diversas áreas da indústria alimentícia. Uma diversidade de inovações esperam para serem exploradas através da nossa nova linha de produtos, permitindo criar um produto agradável sensorialmente, com rótulo mais limpo e alto valor nutricional.Os amidos, farinhas e granulados proteicos agem em sinergia, promovendo suas funcionalidades para  entregar uma solução completa. Em conjunto, apresentam melhora na emulsão de massas e são indicados para diversos projetos com dificuldades estruturais, como em produtos sem glúten. Também é possível desenvolver pães e massas de pizza elevando o teor proteico e sem off-flavors.Em recheios semissólidos, o desempenho do nosso amido clean label foi similar a amidos convencionais, com vantagem nutricional, livre de alergênicos e sem modificações químicas. Sua alta capacidade de absorção de água em até 7 vezes o seu peso e sua propriedade de gelificação a frio proporcionam boa estrutura e homogeneidade ao produto final.Para complementar esta linha, o conservante natural para panificação da Gramkow substitui propionatos e diacetatos em formulações clean label.Para saber mais, entre em contato com nossos especialistas.

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Bebidas funcionais

A indústria de alimentos e bebidas está vivenciando uma grande abertura para novos segmentos, já que o ritmo de mudanças no estilo de vida da população é acelerado. Aumenta a procura por produtos que entreguem mais com o menor nível de complexidade no preparo. Neste ponto, as bebidas funcionais vêm aumentando sua popularidade pois conseguem facilitar o acesso aos mais variados tipos de dietas, com muita conveniência para o consumidor. Este mercado em expansão varia desde bebidas esportivas energéticas a chás calmantes e terapêuticos. Em 2016, 30% das bebidas lançadas no mundo foram denominadas como funcionais. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 19% no mercado global, destacando categorias como bebidas vitaminadas, bebidas proteicas, energéticas, probióticas e antioxidantes. Números que mostram porque vale a pena investir neste mercado. SEGMENTAÇÃO É O FATOR CHAVE A melhor forma de comunicação entre a indústria e o consumidor de bebidas funcionais é a segmentação, pois além de fornecer nutrientes, podem ser destinadas àqueles com condições específicas de saúde. O consumidor precisa reconhecer rapidamente, no contato com o rótulo, qual produto se adequa melhor às suas necessidades, garantindo a melhor experiência no ato da compra. São muitas variações possíveis de segmentação, como por exemplo, bebidas com redução de açúcar, com adição de vitaminas, com antioxidantes, ou produtos para suprir necessidades diárias de nutrientes essenciais para o desenvolvimento mental das crianças. Outras bebidas surgem para atender uma grande parcela da população que apresenta alergias e intolerâncias. Especialmente no desenvolvimento de bebidas funcionais, sabores residuais dos ingredientes podem ser mais evidentes. Ainda assim, o que pode parecer dificuldade também abre oportunidades para rápidos avanços tecnológicos e para melhorias no desenvolvimento, permitindo ampliar a seleção de ingredientes. AMPLO ESPAÇO PARA INOVAÇÃO Este mercado tende a crescer não só pelas diversas possibilidades de novas categorias, mas pela constante busca deste novo consumidor, que está muito mais alerta e rigoroso a respeito das suas escolhas. A estimativa de crescimento do segmento de bebidas funcionais com apelo de saudabilidade é em torno de 15% para 2018, com potencial de alcançar R$ 8,8 bilhões em 2022. Fique DE OLHO nas novas tecnologias alinhadas com ingredientes inovadores que possibilitam a produção em larga escala de bebidas funcionais, ao mesmo tempo em que o rótulo se mantém “limpo e claro” para os exigentes consumidores.

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