O Brasil é o quarto país por números de celulares em uso, segundo dados do IBGE e ITU (International Telecommunication Union). Há uma grande oportunidade para inovar com aplicativos que aproximem consumidores e produtos, também no segmento alimentício.
Apesar da breve existência de smartphones no país – desde 2009 – o Brasil já se encontra em quarto lugar por número de celulares em uso, atingindo 242,8 milhões no mês de março, segundo a Anatel, o equivalente a 117 celulares por 100 habitantes. Com a crescente importância dos telefones móveis surgiu uma nova área de investimento, os aplicativos para smartphones e tablets, que já registraram faturamento global de USD 45,37 bilhões em 2015, segundo relatório da página Business of Apps.
Segundo o IBGE, 63% dos brasileiros buscam uma alimentação mais saudável. Há uma oportunidade convergente entre estes dados, ainda pouco explorada no Brasil, de conectar este público com marcas de produtos através de apps facilitadores de compra e geradores de informação para os consumidores.
APLICATIVOS SOBRE ALIMENTOS
Interessante ver a abrangência de propósitos que os aplicativos podem ter. Há aplicativos que focam em sustentabilidade, os informativos voltados a saudabilidade e os práticos voltados às compras. Os aplicativos, mesmo gratuitos para os usuários, podem render muito dinheiro a seus investidores e parceiros (ou ser fomentados por organizações sem fins lucrativos). Vejamos alguns casos:
- O True Food, aplicativo gratuito da organização sem fins lucrativos americana “Center for Food Safety”, informa dados sobre alimentos ou ingredientes geneticamente modificados presentes nas gôndolas dos mercados americanos, os GMOs.
- No Fooducate, também gratuito, você escaneia o código de barras do produto para apresentar ao usuário dados sobre sua composição nutricional, além de classificar o alimento quanto ao nível de saudabilidade. Fornece informações sobre as calorias já consumidas pelo usuário durante o dia, sendo auxiliar em dietas com restrição calórica.
- O Harvest te guia aos mercados que dispõe de produtos da temporada, bem como informa o nível médio de pesticidas utilizado em cada produto. Indiretamente, ele educa sobre a importância de alimentos orgânicos.
- Substitutions sugere produtos substitutos para pessoas alérgicas ou intolerantes, algo muito útil para este público. Um outro exemplo de aplicativo similar é o americano Is That Gluten Free?, que consiste em um banco de dados para consulta de produtos sem glúten disponíveis no mercado norte-americano.
No caso dos apps sustentáveis, podemos citar o irlandês “FoodCloud” e o dinamarquês “YourLocal”, que auxiliam no combate ao desperdício de alimentos, seguindo uma tendência na Europa das pessoas se engajarem com as questões ecológicas e sustentáveis, muito mais do que nas Américas.
No Brasil, estamos percebendo certo avanço na oferta de aplicativos. Podemos citar o Mapa de Feiras Orgânicas, criado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o qual ajuda a localizar feiras orgânicas perto da sua residência. Também há os aplicativos como TecnoNutri e FatSecret, que possibilitam acompanhar detalhes sobre suas refeições, acompanhar peso e ingestão de água, enquanto atuam como redes sociais que conectam usuários diretamente ou por meio de grupos.
ALIMENTAÇÃO E CONECTIVIDADE EM ALTA
Alimentar-se bem está em alta. Estar conectado também. Estamos acompanhando diversos caminhos virtuais que levam consumidores a escolher determinadas marcas ou produtos em detrimento de outros. A revolução digital que marcou o milênio propiciou uma revolução ainda maior: a da informação. Pelas pesquisas, a busca pela alimentação saudável também é uma das grandes revoluções atuais, na qual o mundo inteiro está investindo.