Muitos não sabem: o Brasil está entre os países com maior mercado de alimentação saudável do mundo, onde a demanda por produtos está maior que a oferta. Confira dados, ideias e tendências de inovação para as indústrias.
Segundo a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor, o mercado de produtos saudáveis cresceu 98% no Brasil entre 2009 e 2014 e atingiu um volume de vendas de US$ 27,5 bilhões em 2015, levando o país à posição de quinto maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis. Outra pesquisa, realizada pela empresa Mintel, mostra que quatro em cada cinco brasileiros estão dispostos a pagar mais para obter um alimento saudável, sendo que 30% gostariam de maior variedade de itens disponíveis no varejo. Apesar da crise econômica, a conscientização pela importância de levar uma vida mais saudável aumentou por parte dos consumidores.
NÃO É UMA ONDA PASSAGEIRA
A grande demanda pelo saudável não passou despercebido pelas multinacionais, que estão se adaptando às necessidades do consumidor. A AmBev adquiriu a marca de sucos “do bem”, primeiro investimento no segmento de sucos da empresa; a Coca-Cola Brasil comprou a AdeS. Em junho de 2016, ambas as empresas, juntamente com a PepsiCo Brasil, anunciaram que deixarão de vender refrigerantes às cantinas de escolas de ensino fundamental, abrindo espaço para “mercados de água mineral, sucos com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas”, segundo o comunicado. Devido à crescente demanda por produtos veganos e sem lactose, bebidas alternativas ao leite animal também estão em destaque.
Produtos sem lactose também são populares em outros setores alimentícios no Brasil, onde possuem crescimento de 5,9% no ano de 2015. Segundo a Mintel, 17% dos brasileiros acreditam que há falta de produtos vegetais que possam substituir produtos animais, como proteínas vegetais no setor de suplementação. Já no mercado de produtos sem glúten, a panificação é um dos setores que mais cresce – não pelo aumento de pessoas celíacas, que corresponde a cerca de 2 milhões de brasileiros, mas pelas dietas que restringem o glúten. O impacto no mercado foi muito visível em 2015, onde produtos sem glúten tiveram 20% de crescimento. Por consequência, os preços estão diminuindo e, assim, ficando cada vez mais competitivos. Pães, biscoitos e bolos estão em destaque neste segmento.
SER SAUDÁVEL É SER FELIZ
Em pesquisas realizadas nas universidades de Warwick, no Reino Unido, e Queensland, na Austrália, pessoas que seguem uma alimentação saudável tendem a ser mais felizes. Talvez devido a isso, o Brasil se encontra entre os 20 países mais felizes do mundo, segundo ao World Happiness Report (ligado à ONU) divulgado no ano passado. Seja como for, os brasileiros continuarão surpreendendo com seus hábitos alimentares, passando a bola para a indústria correr atrás da crescente demanda.