A indústria de alimentos está DE OLHO na crescente demanda por alimentos práticos e saudáveis, e nessa perspectiva as barrinhas ocupam o centro das atenções. A Mintel aponta que mais de um terço dos brasileiros afirmam consumir barras regularmente, sendo metade dos consumidores entre 18 e 24 anos. Os números comprovam que a categoria de snacks e barras caminha em direção a produtos de maior valor agregado. As vendas diminuíram 1% em volume, mas aumentaram 5% em faturamento no último ano. A alta na demanda por produtos diferenciados e com ingredientes de alta qualidade irão estimular o aumento dos preços médios do segmento.
Nossa equipe conversou com Bianca Yezzi, que possui 10 anos de experiência no desenvolvimento de barras e atua como Consultora na área. Quando começou, as barras de cereais dominavam o mercado. De acordo com ela, “desde então as indústrias criaram formas de consumo diferenciadas, apelos mais indulgentes, funcionalidades mais específicas e sabores inusitados. Atualmente, a demanda está concentrada em barras de proteínas, seguidas pelas barras nuts. As barras como superfoods e energéticas, orgânicas e veganas ganham cada vez mais espaço, e por fim temos as barrinhas de cereais”. Novas tendências mudaram o cenário de consumo e impulsionaram os investimentos em inovação e qualidade.
PROTEÍNA – A MEGATENDÊNCIA TAMBÉM EM BARRAS
Existe um grande espaço para crescimento de barras proteicas, que originalmente atendiam somente ao nicho dos atletas e esportistas. A oportunidade consiste em explorar melhores texturas e sabores para conquistar mais consumidores, enfatizando o uso de ingredientes não artificiais, ou percebidos como clean como as fontes vegetais, não transgênicos, não alergênicos e orgânicos. Reforçando a tendência de premiunização que já apontamos em outros segmentos, a Bianca Yezzi confirma: “o mercado atual está bastante focado em barras de proteínas Premium”.
FUNCIONALIDADE EM ALTA
As barras são alternativas práticas e acessíveis aos que buscam funcionalidade, por vezes apresentadas em versões muito específicas, para além das desejadas formulações com redução de açucares, alto conteúdo de fibras ou proteínas. No mercado internacional já é possível encontrar barras especiais para mães em fase de lactação, enriquecidas com vitaminas e minerais essenciais. No que diz respeitos a projetos livres de alergênicos, segundo Bianca, “há uma demanda absurda, porém, as indústrias encontram desafios relacionados à cadeia produtiva. Pequenos fabricantes saem na frente por serem mais versáteis, contudo, sofrem em alguns quesitos como perdas maiores nos processos de setup. Além disso é importante que tenham um sistema de qualidade robusto para garantir a ausência de alergênicos”.
Já aportaram por aqui opções para mercados peculiares, como barras paleolíticas ou bulletproof, entre outras. A Bianca é enfática sobre o que veio para ficar: “barras que oferecem novas experiências em termos de maciez, textura, sabor, ativos diferenciados e desempenho”. E completa: “Percebo que cada vez mais há um grande interesse dos consumidores em adquirir produtos diferenciados, que realmente entreguem o que prometem, fator essencial para o sucesso de um produto”.
NO BRASIL: MERCADO POTENTE VAI IMPRIMIR A VELOCIDADE DE CRESCIMENTO
Conveniência, sabor, funcionalidade e foco no consumo on-the-go, as barras podem reunir estes elementos chaves de consumo. Indústrias que atuam nesse segmento precisam ser flexíveis em seus processos de produção, para se adaptarem rapidamente à novas tendências, variando formulações, formatos e embalagens.
A performance do segmento será, sem sombra de dúvida, guiada pela tendência da alimentação saudável, e certamente haverá uma demanda por ofertas mais sofisticadas, percebidas como premium e indulgentes.
Concordamos com a Bianca quando afirma: “o segmento se auto alimenta com a disponibilidade de novos insumos, tecnologias e equipamentos. Fabricantes de maquinários se movimentam para atender também pequenos volumes, além de formatos diferenciados. Consumidores ganham com as constantes novidades”. “A palavra-chave deste setor é crescimento”, finaliza com a segurança de quem está diariamente em contato com um cenário bastante positivo.
Sendo o mercado brasileiro equivalente a aproximadamente 5% do mercado americano, que por sua vez detém cerca de 40% do consumo mundial de barras, o leitor pode optar em ver o “copo meio cheio ou meio vazio”. Pessoalmente, acredito que assistiremos uma evolução na oferta de produtos e uma expansão impressionante no mercado Brasileiro de barras, com grande velocidade.