Ingredientes proteicos alternativos chegaram para reivindicar o seu espaço. Desde fontes já conhecidas, como a ervilha, até antes inimagináveis, como insetos, vamos compartilhar nossa visão deste mercado em transição:
As proteínas estão no topo da lista de ingredientes mais procurados pelos consumidores há anos, e o crescimento é contínuo. A grande demanda está relacionada com a maior consciência sobre a saúde e longevidade, por isto produtos com apelos proteicos conquistam a preferência do consumidor. Tradicionais shakes proteicos disputam lugar com biscoitos, chocolates, comidas prontas e uma infinidade de outros alimentos, com muito espaço para mais lançamentos.
NOVAS FONTES PROTEICAS X VIABILIDADE
Também impressiona a busca do consumidor por novas fontes proteicas. Fontes comuns, como soja, leite e carne, têm perdido espaço para proteínas vegetais com baixo poder alergênico. Dentre estas, as alternativas de ingredientes mais utilizados no Brasil são as proteínas de arroz e ervilha que demonstram maior viabilidade de aplicação industrial, bem como uma demanda de consumo elevada. O potencial de desenvolvimento de produtos contendo estas proteínas vegetais ainda é grande, especialmente no segmento de bebidas.
No Brasil surgirão com certa força outras proteínas de legumes e cereais para competir com a ervilha e o arroz, conquistando um mercado crescente que faz frente as proteínas de fonte animal. Enquanto algumas conseguirão se consolidar, muitas não terão viabilidade de aplicação industrial e ficarão restritas a nichos. Mesmo que produções de proteínas vegetais estejam crescendo ao redor do mundo, iniciativas de fontes como cânhamo, canola, tremoço, shiitake e grão de bico terão alcance comercial e validação nutricional limitados.
E O OSCAR VAI PARA…
Existem outras fontes um tanto curiosas e talvez excêntricas demais para o mercado brasileiro. Proteínas de insetos ganham adeptos e atenção publicitária na Europa e nos EUA. Barras proteicas com farinha de grilo já existem no mercado, como a americana EXO e a inglesa Yumpa. A Bélgica e Holanda são mercados bem constituídos para estes produtos, onde as vendas acontecem principalmente pela internet. Mas o Oscar da excentricidade em termos de proteína alternativa vai para…Proteína de Larva de Abelha. Segundo o estudo do Journal of Apicultural Research, seu valor nutricional é comparado à proteína da carne. Considerada uma iguaria, aparentemente sem qualquer previsão de aparecer por aqui como ingrediente, tampouco em algum produto alimentício industrializado.
O desenvolvimento destas proteínas como ingrediente alimentício fica essencialmente comprometido pelo preço, volume e estabilidade da oferta de matéria prima. A situação regulatória é polêmica e confusa, e não há evidências de que se resolverá no curto prazo. Insetos podem ser comercializados no Reino Unido desde que não estejam despedaçados, enquanto na França há opiniões contrárias das autoridades locais. Desafios como a segurança alimentar e barreiras culturais precisam ser superados. Há um longo caminho pela frente.
FIQUEM DE OLHO…
O mercado das chamadas proteínas alternativas não pode ser subestimado. Muito movimentos alternativos na alimentação pouco a pouco se tornam dominantes e não temos dúvidas que o mesmo está ocorrendo na direção de fontes proteicas. Com grande destaque para as fontes vegetais com maior disponibilidade e comprovado perfil nutricional, as proteínas alternativas crescerão no Brasil. No entanto, outras alternativas incomuns encontram-se em uma realidade ainda distante da indústria e da cultura brasileira.